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quinta-feira, 31 de julho de 2014
Ontem foi o dia do aniversário do poeta Mário Quintana. Para marcar a data, trouxe um pouquinho de sua vida e um dos meus poemas preferidos que ele escreveu:

Mario Quintana nasceu em Alegrete, dia 30 de julho de 1906 e, com 20 anos, vem morar em Porto Alegre. Morou no Hotel Majestic de 1968 a 1980.

Publicou mais de 20 livros, sem contar as antologias. O primeiro, aos 34 anos, “A Rua dos Cataventos”. O último, em 1990 “Velório sem Defunto”. Com Sapato Florido, Pé de Pilão, Caderno H, Esconderijos do tempo, Lili inventa o mundo, consagrou-se como poeta do cotidiano e lirismo, e um dos ícones da literatura brasileira.

Poeta, jornalista e tradutor, trabalhou nos Jornais O Estado do Rio Grande e no Correio do Povo (com sua coluna Caderno H). Como tradutor, notabilizou-se com sua impecável tradução de Proust. Traduziu a literatura européia, como Giovani Papini, Virginia Woolf, Voltaire, entre outros.

Morreu em 5 de maio de 1994, aos 87 anos, imortalizado pela Casa de Cultura que leva seu nome e, principalmente, pelo Quarto do Poeta, uma reconstituição fiel com móveis e objetos pessoais do escritor.

Fonte: http://www.ccmq.com.br/

Os Poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Olá! Acabou não dando pra postar na terça e, por mudanças de agenda, vou ter que mudar o dia de postagem para quinta. Hoje, vou falar um pouquinho sobre o pretérito imperfeito.

A própria denominação desse tempo verbal expressa que se trata de um fato passado não acabado (não perfeito). Tem uma ideia de continuidade, de duração do processo verbal mais acentuada do que os outros tempos pretéritos. Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, pode ser usado de 7 maneiras diferentes. Vou colocar as 5 mais comuns aqui:


1) Quando nos transportamos a uma época passada através do pensamento e descrevemos o que era presente naquele momento:

A rua estava deserta.

2) Para indicar, entre ações simultâneas, a que estava se processando quando a outra sobreveio:

Quando se aproximava para me assustar, acabou ele mesmo levando um susto pelo trovão.

3) Para denotar uma ação passada habitual ou repetida (imperfeito frequente):

Ela corria todas as manhãs no parque.

4) Para designar fatos passados e concebidos como contínuos ou permanentes:

A padaria ficava logo ali, naquela esquina.

5) Para situar vagamente no tempo contos, lendas, fábulas etc. (caso da música “João e Maria”, de Chico Buarque que eu trouxe alguns posts atrás):

Era uma vez, num reino muito distante...

É interessante trabalhar essa distinção em sala de aula, chamando a atenção para os diferentes empregos em funcionamento nos textos. Como os próprios autores chamam a atenção, o pretérito imperfeito é o tempo que mais se presta a narrações e descrições, sendo usado mais para explicar os eventos com minúncias do que para enumerá-los. Assim, é um dos recursos mais importantes dos autores de língua portuguesa.

terça-feira, 8 de julho de 2014
Olá, pessoal! Recebi esse texto muito interessante sobre a nossa língua e resolvi compartilhar. Ando um pouco sem tempo, apesar das férias da escola, o Mestrado não tira férias não... Acho que semana que vem consigo voltar com as publicações regulares e escrevo o texto sobre o passado no português que prometi no último post.

A língua portuguesa é uma das mais difíceis do mundo, até para nós.
O português praticado no Brasil ....

*Na recepção dum salão de convenções, em Fortaleza*
- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindos de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade. Mas se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito, assim, veja: 68.
- Ah, entendi, *meia* é *seis*.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam *meia*..
- Hmmm! que bom. Ai está: *seis* reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? *Meia* é *cinco*?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, *meia* é *cinco*.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou há quinze minutos, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove emeia.
- Pensei que fosse as 9:05, pois *meia* não é *cinco*? Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, *meia* é *trinta*.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro?
- No Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no SeisBocas?
- Isso mesmo, no bairro *Meia* Boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser *cinco* bocas.
- Não, Seis Bocas, entende, Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- Acabou?
- Não. Senhor é proibido entrar no evento de sandálias. Coloque uma meia e um sapato...
 
O africano enfartou...